Patriarcado, civilização e as origens do gênero

Este ensaio do filósofo anarquista John Zerzan foi publicado na revista Gênero & Direito v. 1, n. 2, em 2011, e traduzido por Loreley Garcia. O ensaio trata sobre a relação entre crítica à civilização e crítica à imposição de papéis de gênero no patriarcado.


Civilização, fundamentalmente, é a história da dominação da natureza e da mulher. Patriarcado significa o domínio sobre a mulher e a natureza. Seriam estas duas instituições, na sua base, sinônimas?

A filosofia tem ignorado, principalmente, a vasta esfera do sofrimento que se desdobrou desde o início da divisão de trabalho e ao longo de sua trajetória. Hélène Cixous chama a história da filosofia de “uma corrente de pais”. As mulheres não só estão ausentes, como também sofrendo seus efeitos. Camille Paglia, teórica literária antifeminista, meditando sobre a civilização e a mulher:

“Quando eu vejo um guindaste gigante se movendo num caminhão, eu paro em respeito e admiração, como alguém que estivesse numa procissão religiosa. Que poder de concepção! Que grandiosidade! Este guindaste nos remete ao Egito Antigo, onde a arquitetura monumental foi primeiramente imaginada e executada. Se a civilização tivesse sido deixada em mãos femininas, estaríamos ainda vivendo em cabanas de palha” (PAGLIA, 1990, p.38).

As “glórias” da civilização e o desinteresse da mulher por elas. Para alguns de nós, as “cabanas de palha” representam não penetrar no caminho errado, o da opressão e da destrutividade… em função da pulsão de morte global, advinda da civilização tecnológica, se apenas vivêssemos ainda em cabanas de palha. A Mulher e a natureza são universalmente desvalorizadas pelo paradigma dominante, quem não percebe como isto foi forjado? Ursula Le Guin corrige e rejeita o argumento de Paglia:

O homem civilizado diz: Eu sou auto-suficiente, eu sou o Mestre, todo o resto é o outro – o exterior, abaixo, inferior, subserviente. Eu possuo, eu uso, eu exploro, eu aproprio, eu controlo. O que eu faço é o que importa. O que eu quero é o que é importante. Eu sou o que eu sou e o resto é mulher ou selvagem, para ser usado como eu achar conveniente (LE GRIN, 1989, p.45).

Certamente, muitos crêem que as primeiras civilizações existentes foram matriarcais. Porém, nem antropólogos, nem arqueólogos, incluindo as feministas, encontraram evidencias de tais sociedades. “A busca por um igualitarismo genuíno, de cunho matriarcal, tem se mostrado infrutífera”, conclui Sherry Ortner (1996, p.24).

Todavia, houve um longo período de tempo no qual a mulher não era, de modo geral, tão subordinada ao homem, antes que a cultura masculinamente definida se fixasse, ou torna-se universal. Desde da década de 1970, antropólogas como Adrienne Zihlman e Nancy Tanner (1978), Elizabeth Fisher (1979) e Frances Dahlberg (1981) têm redirecionado o foco para além dos estereótipos sobre a origem do mundo pré-histórico, do “Homem Caçador” para a “Mulher Coletora”. A chave aqui são os dados, os quais, na média geral, revelam que nas sociedades pré-agricolas, os bandos obtinham cerca de 80% da sua subsistência através da coleta e 20% através da caça. É possível exagerar a distinção entre caça/coleta e observar estes grupos, nos quais, em grau significativo, as mulheres caçavam e os homens coletavam. Mas, a autonomia da mulher nas sociedades coletoras tem raízes no fato dos recursos materiais para subsistência estarem igualmente disponíveis para as mulheres e os homens em suas respectivas esferas de atividade. No contexto do ethos igualitário generalizado das sociedades caçadoras-coletoras. antropólogos como Eleanor Leacock (1978) e Mina Caulfield (1988) descrevem uma relação igualitária generalizada entre homens e mulheres[1]. Neste cenário, onde a pessoa que coleta também distribui e onde a mulher é responsavel pelo provimento de 80 % da subsistência, é ela majoritariamente quem determina os movimentos e os locais de acampamento das sociedades de bando. Similarmente, as evidências indicam que ambos, homens e mulheres, construiram as ferramentas de pedras usadas por povos pré-agricolas.

Entre os grupos matrilocais como Pueblo, Iroquis, Crow e outros grupos indígenas americanos, a mulher podia terminar uma relação conjugal a qualquer hora. Em toda parte, homens e mulheres nos bandos se moviam livre e pacificamente de um bando a outro, assim como de uma relação a outra. De acordo com Rosalind Miles, os homens não apenas não comandavam como não exploravam o trabalho da mulher: „”eles exerciam pouco ou nenhum controle sobre o corpo da mulher ou das crianças, não havia fetiches sobre a virgindade ou castidade, e não havia exigência de exclusividade sexual da mulher”” (MILES, 1986, p.16). Zubeeda Banu Quraishy nos fornece um exemplo africano: “As associações de gênero dos Mbuti são caracterizadas pela harmonia e cooperação.” (QURAISHY, 2000, p.196).

Embora se possa questionar: mas a situação era realmente assim tão cor de rosa? Dada a aparente desvalorização universal da mulher, que varia nas formas, mas não na essência, a questão de quando e como isto se inverteu, persiste. Existe uma divisão fundamental da existência social de acordo com o gênero, e uma óbvia hierarquia inerente a essa divisão. Para a filósofa Jane Flax (1983), o mais profundo dualismo estabelecido, incluindo sujeito/objeto, mente/corpo é um mero reflexo da divisão estabelecida entre os gêneros.

Gênero não é o mesmo que a distinção natural/fisiológica entre os sexos. Gênero é uma categorização cultural, uma classificação baseada na divisão sexual do trabalho, apresentada como a única forma cultural que importa. Se o gênero introduz e legitima a desigualdade e a dominação, o que seria mais importante a ser colocado em questão? Tanto em termos de nossas origens, quanto para o nosso futuro – apresenta-se a questão da sociedade humana sem gênero. Sabemos que a divisão sexual do trabalho conduz à domesticação e à civilização, que, por sua vez produziu o sistema globalizado de dominação atual. Também parece que a divisão sexual do trabalho, artificialmente imposta, foi a primeira forma e a responsável pela formação daquilo que hoje entendemos como gênero.

Compartilhar alimentos tem sido a marca reconhecida do estilo de vida dos bandos coletores, da mesma forma a divisão das responsabilidades do cuidado da prole, o que ainda pode ser visto entre as poucas sociedades remanescentes de caçadores-coletores, em contraste com a vida familiar isolada e privatizada na civilização. O que entendemos como família não é uma instituição eterna, nem a exclusividade da maternidade feminina foi inevitável para a evolução humana. A sociedade está integrada por meio da divisão de trabalho, a família está integrada com fundamento na divisão sexual de trabalho. A necessidade de integração indica uma tensão, uma ruptura que demanda uma base de coesão ou solidariedade. Neste sentido, Testart acerta: “A hierarquia é inerente ao parentesco” (TESTART, 1989, p.5). E, escoradas na divisão do trabalho, as relações de parentesco tornam-se relações de produção. “Gênero é inerente à própria natureza da relação de parentesco”, como Cucchiari destaca, “a qual não poderia existir sem ele” (CUCCHIARI, 1984, p.36)[2]. É nesta seara que as raízes da dominação da natureza, bem como a dominação da mulher, devem ser exploradas.

Quando os grupos coletores das sociedades de bandos deram lugar a funções especializadas, as estruturas de parentesco formaram a infraestrutura das relações que se desenvolveram na direção da inequidade e do poder diferenciado. As mulheres foram imobilizadas quando se privatizou o cuidado com as crianças – modelo que foi aprofundado posteriormente, para além das exigências dos papéis de gênero. Esta separação baseada no gênero e divisão de trabalho começou a ocorrer na transição da Era Paleolítica Média para a Superior. O gênero e o sistema de parentesco são construtos culturais definidos acima e contra os sujeitos biológicos envolvidos, “acima de tudo, trata-se de uma organização simbólica do comportamento”, de acordo com Juliet Mitchell (MITCHELL, 1984, p.83). Pode ser mais revelador olhar para a própria cultura simbólica, como requer a sociedade gendrada, pela “necessidade de mediação simbólica num cosmo severamente dicotomizado” (Cucchiari, op. cit, p.62). A questão de “o que veio primeiro?” é introduzida e torna-se difícil de resolver. Está claro, contudo, que não há evidências de atividade simbólica (pinturas rupestres, por exemplo) até que o sistema de gêneros baseado na divisão sexual de trabalho estivesse aparentemente em curso.

Por ocasião do Paleolítico superior, uma época imediatamente anterior à Revolução Neolítica da domesticação e civilização, a revolução de gênero teve lugar. Sinais masculinos e femininos estão presentes na primeira arte da caverna, a cerca de 35.000 anos atrás. A consciência de gênero surge como um conjunto abrangente de dualidades, um espectro da sociedade dividida.

Na nova polarização, as atividades se tornam relativas ao gênero, ou definidas por gênero. O papel do caçador, por exemplo, se desenvolve associado aos machos, aos atributos requisitados para o gênero masculino como as características desejadas.

Aquilo que era muito mais unitário ou generalizado, como os grupos de coleta ou responsabilidades comunais para o cuidado com as crianças, agora compõe esferas separadas nas quais surgem o ciúme e a possessividade sexual. Ao mesmo tempo, o plano simbólico emerge como uma esfera separada, ou como uma realidade. Isto nos é revelado no conteúdo da arte, no ritual e em sua prática. É arriscado extrapolar do presente para um passado remoto, mas as culturas sobreviventes não-industriais podem ajudar a lançar alguma luz. Os Bimin-Kushusmin da Papua Nova Guiné, por exemplo, experienciam a divisão masculino-feminino como fundamental e definitiva. A “essência” masculina, chamada finiik, não significa apenas poderoso, qualidades guerreiras, mas também qualidades para o ritual e o controle. A “essência” feminina, ou khaapkhabuurien, é selvagem, impulsiva, sensual, e ignorante do ritual. De forma similar, os Mansi da região noroeste da Sibéria colocam severas restrições ao envolvimento das mulheres nas práticas rituais. Nas sociedades de bando, não é exagero dizer que a presença ou ausência de ritual é crucial para definir a questão da subordinação da mulher[3]. Gayle Rubin conclui que “a derrota mundial e histórica da mulher ocorreu com a origem da cultura, sendo um pré-requisito da cultura” (RUBIN, 1979, p.176).

O crescimento simultâneo da cultura simbólica e da vida generificada não é uma coincidência. Cada uma delas envolve uma mudança básica no estilo de vida não-separada e não hierarquizada. A lógica do seu desenvolvimento e extensão é a resposta às tensões e desigualdades que elas encarnam; ambas estão dialeticamente interconectadas a divisão de trabalho original e artificial.

No rastro, relativamente falando, da modificação de gênero/simbólico vem outro Grande Salto a Frente: da agricultura e civilização. Isto é o “golpe contra a natureza” definitivo, que veio sobrepujar os primeiros dois milhões de anos anteriores, de inteligibilidade não-dominante e intimidade com a natureza. Esta mudança foi decisiva para a consolidação e a intensificação da divisão de trabalho. Meillasoux nos lembra de suas origens:

Nada na natureza explica a divisão sexual de trabalho, nem instituições como o casamento, conjugalidade ou descendência /linhagem paterna. Tudo é imposto sobre a mulher através de coerção, todos são, portanto, fatos da civilização que devem ser explicados, e não usados como explicação. (MEILLASOUX, op.cit, p.20/21)

Kelkar e Nathan (2003), por exemplo, não encontraram grande especialização de gênero entre os caçadores-coletores na Índia Ocidental, quando comparado aos agricultores da mesma região. A transição da coleta para a produção de alimento trouxe mudanças radicais similares nas sociedades de todos os lugares. É instrutivo citar outro exemplo próximo do presente, o do povo Muskogee, no Sudeste Americano, que acredita no valor intrínseco da floresta não-dominada, não-domesticada; enquanto os colonos civilizadores contrariam esta postura e tentam substituir a tradição matrilinear dos Muskogee por relações patrilineares.

O locus da transformação do selvagem para o cultural é o domicílio, a mulher se torna progressivamente limitada a seus horizontes. A domesticação é fundamentada aqui (etimologicamente, do latim domus, ou cuidados da casa): trabalho árduo, menos robustidade do que na coleta, muito mais filhos e menor expectativa de vida que os homens são caracteristicas encontradas na vida da mulher agricultora[4]. Aqui surge uma outra dicotomia, a distinção entre trabalho e não-trabalho, que, para muitos e para muitas gerações, não existe. A partir da produção dos gêneros e da sua constante extensão, surgirão as fundações de nossa cultura e mentalidade. Confinada, senão totalmente pacificada, a mulher é definida como passiva, assim como a natureza, com valor intrínseco para tornar-se algo produtivo, a espera da fertilização, de estimulação externa para se realizar.

As mulheres experienciaram o movimento da autonomia e equidade relativas nos pequenos grupos anárquicos e móveis, para um status controlado em amplos e complexos povoados e governos.

Mitologia e religião, compensações de uma sociedade dividida, testemunham a redução da posição da mulher. Na Grécia de Homero, a terra inculta (não-domesticada pela cultura de grãos) era considerada feminina, a morada de Calipso, de Circe, das sereias que tentaram Odisseus a abandonar a obra da civilização. Ambas, mulher e terra estão novamente sujeitas à dominação. Mas este imperialismo se trai e revela traços de consciência culpada, como nos castigos daqueles associados com a domesticação e a tecnologia, como as lendas de Prometeu e Sísifo. O projeto da agricultura foi sentido, em algumas áreas, mais que outras, como uma violação, daí a incidência de estupro na história de Deméter. Ao longo do tempo, com a escalada das perdas, a grande relação mãe-filha do mito grego Deméter- Perséfone, Clitemnestra-Ifigênia, Jocasta-Antigona, entre outros, desaparece.

No Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, a mulher nasce do corpo do homem. A Queda do Éden representa a morte da vida coletora-caçadora, a expulsão para a agricultura e o trabalho árduo. A culpa recai sobre Eva, obviamente, que carrega o estigma da Queda[5]. É bastante irônico que nesta domesticação estejam o medo e a recusa da natureza e da mulher, o mito do Jardim culpa a principal vítima, em realidade, da sua situação.

A agricultura é uma vitória que conclui aquilo que começou com a formação e desenvolvimento do sistema de gênero. Apesar da presença de figuras de deusas, devotadas à fertilidade, normalmente, a cultura neolítica estava muito mais preocupada com a virilidade. Da dimensão emocional desta masculinidade, como Cauvin (2000) percebeu, a domesticação animal deve ter sido, principalmente, uma iniciativa masculina. O distanciamento e ênfase no poder têm estado conosco desde então: expansão de fronteiras, por exemplo, a energia masculina subjugando a natureza feminina, vencendo uma fronteira após outra.

Esta trajetória atingiu proporções esmagadoras até percebemos que não somos mais capazes de evitar um engajamento com a tecnologia onipresente. Porém, o patriarcado também está em todo lugar e, mais uma vez, presume-se a inferioridade da natureza. Felizmente “muitas feministas”, como coloca Carol Stabile, defendem “uma rejeição à tecnologia é fundamentalmente idêntica a rejeição ao patriarcado” (STABILE, 1994, p.5).

Há outras feministas que reivindicam uma participação no empreendimento tecnológico, que postulam um cyborg virtual como uma “escapada do corpo” e da história gendrada de subjugação. Mas esse vôo é ilusório, um esquecimento de toda trajetória e da lógica das instituições opressivas que compõem o patriarcado. Um futuro high-tech des-incorporado pode apenas ser mais uma dose do mesmo trajeto destrutivo.

Freud considerava a condição/posição do sujeito, enquanto sujeito gendrado, como elemento fundacional, tanto culturalmente, quanto psicologicamente. Suas teorias assumem que haja uma subjetividade de gênero já presente, isso nos coloca inúmeros questionamentos. Várias considerações permanecem sem solução, tais como o uso do gênero como expressão de relações de poder e o fato de que chegamos a este mundo como criaturas bissexuais.

Carla Freeman (2001) coloca uma questão pertinente no seu ensaio intitulado Is Local: Global as Feminine: Masculine? Rethinking the Gender of Globalization. A crise geral da modernidade tem suas raízes na imposição do gênero. Separação e inequidade começam aqui, no mesmo período em que emerge uma cultura simbólica que se torna definitiva, do mesmo modo que a domesticação e a civilização: patriarcal. A hierarquia de gênero não pode mais ser corrigida, nem o sistema de classes ou a globalização. Sem uma profunda e radical libertação das mulheres, estaremos consignados ao logro mortal e à mutilação agora disseminada, como o assustador dobrar de um sino que alcança a todos os lugares. A totalidade da existência não-generificada, como na origem do mundo, pode ser a prescrição para nossa redenção.

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Fonte:

ZERZAN, John Pessoa. Patriarcado, Civilização e as Origens do Gênero. Revista Gênero & Direito, v. 1, n. 2, 2011.

Notas:

[1] Leacock está entre as mais insistentes, reivindicando que onde quer que o domínio masculino exista em sociedades sobreviventes deste tipo é devido aos efeitos da dominação colonial.

[2] Este ensaio é de grande importância para a temática apresentada.

[3] Steven Harrall, Human Families (Westview Press: Boulder CO, 1997), p. 89. “Exemplos de ligações entre o ritual e a desigualdade entre as sociedades recolhedoras são comuns”, de acordo com Stephan Shennan, “Social Inequality and the Transmission of Cultural Traditions in Forager Societies,” in Steele and Shennan, op.cit., p. 369.

[4] A produção do milho, uma das contribuições norteamericanas para a domesticação, “provocou um tremendo efeito no trabalho e na saúde da mulher”. O status da mulher “foi definitivamente subordinado ao dos homens na maioria das sociedades horticultoras (como é agora ) no leste dos Estados Unidos , no período do primeiro contato com o europeu. A referência é do trabalho de Karen Olsen Bruhns e Karen E. Stothert, Women in Ancient America (University of Oklahoma Press: Norman, 1999), p. 88. Da mesma forma, por exemplo, Gilda A. Morelli, “Growing Up Female in a Farmer Community and a Forager Community,” in Mary Ellen Mabeck, Alison Galloway and Adrienne Zihlman, eds., The Evolving Female (Princeton University Press: Princeton, 1997): A jovem criança Efe (Zaire) se desenvolve numa sociedade onde as relações entre homem e mulher são muito mais igualitárias do que as relações entre homem e mulher agricultores”(p. 219).Ver também Catherine Panter- Brick and Tessa M. Pollard, “Work and Hormonal Variation in Subsistence and Industrial Contexts,” in C. Panter-Brick and C.M. Worthman, eds., Hormones, Health, and Behavior (Cambridge University Press: Cambridge, 1999), Em termos de quanto mais trabalho feito, comparado com o homem agricultor, pela mulher agricultora em relação aqueles que caçam e coletam.

[5] O povo Etoro da Papua Nova Guiné possue um mito similar no qual Nowali, conhecida pela suas corajosas caçadas, carrega a responsabilidade pela queda do povo Etoro de um estado de bem-estar. Raymond C. Kelly, Constructing Inequality (University of Michigan Press: Ann Arbor, 1993), p. 524.

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